Fazia tempo que não havia tanto suspense antes da reunião do Banco Central (BC) para definir a taxa de juro. Começa nesta terça-feira (15) a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) mais cercada de controvérsia desde que Ilan Goldfajn assumiu a presidência do BC, há dois anos. Não bastasse a dificuldade de fazer a redução chegar à ponta, agora há temor de acelerar a saída de investidores estrangeiros do país.
Se o BC de fato anunciar o corte extra de 0,25 ponto percentual, como é a expectatativa de boa parte do mercado, também será uma rara oportunidade em que a gestão de Ilan Goldfajn será criticada – ao menos, por parte dos analistas. O BC sinalizou, e Ilan confirmou em discurso, a tendência de da nova poda. Disse que a instituição só mira em inflação e – reforçando um duplo mandato extraoficial – em atividade econômica.
O presidente do BC reiterou a tendência de novo corte quando a alta do dólar já causava dores de cabeça, na terça-feira passada (8). Ajudou a depreciar o real um pouco mais no dia seguinte. Diante do comportamento da moeda americana desta segunda-feira (14) –alta de 0,76%, para R$ 3,628 –, as dúvidas aumentaram.
Na sexta-feira (11), o BC havia anunciado novas regras para leilões de instrumentos para acalmar o câmbio. A expectativa era de efetiva tranquilização. Entre pesquisas eleitorais desconcertantes e estresse corporativo provocado pela ação da Petrobras conta bancos, por "manipulação cambial", as verdes acentuaram o tom.