"Foi um bom ano", comenta Laurence Gomes, diretor financeiro e de relações com investidores da Lojas Renner. Mesmo que 2017 tenha oferecido sinais de reação, essa ainda não é uma frase usual em apresentação de resultados. Segundo o executivo, o aumento de 15,4% na receita e de 9,2% em vendas nas mesmas lojas deixa a Renner "muito próxima dos níveis" de 2014 e 2015, os melhores anos da história da primeira corporação brasileira – empresa com capital pulverizado na bolsa, sem controlador definido.
O lucro líquido cresceu 17,2%, para R$ 732,7 milhões. O valor de mercado da companhia (valor das ações multiplicado por seu número) se aproxima dos R$ 25 bilhões. Essa melhora no resultado vai permitir que a Renner amplie os investimentos previstos para este ano. Depois de aplicar R$ 547 milhões em 2017, agora o orçamento para expansão e melhoria tecnológica alcança R$ 620 milhões. É uma mudança de patamar, depois de anos em que a cifra não cruzava o limite de R$ 600 milhões. Vai ancorar 70 novas lojas, de 25 a 30 Renner, 10 a 15 Camicado e 20 a 25 YouCom.
No total, estão incluídas mais duas lojas no Uruguai, uma em Rivera e outra em Montevidéu. A aceleração do projeto "fronteira cruzada" é justificado pelo bom desempenho das três lojas abertas no Uruguai em 2017. Gomes afirma que o resultado das vendas no país vizinho foi "bem acima" do esperado, sem revelar dados específicos da recente operação.
– As vendas no Uruguai superaram nossas expectativas. Continuamos focados lá. Desde o início, a abertura no Uruguai era vista como uma importante experiência para comprovar o modelo Renner fora do Brasil. Os resultados são bons, mas precisamos de mais escala para confirmar. Por ora, não temos planos de entrar em um segundo país. Precisamos de comprovação de forma sólida, robusta – detalha Laurence.