Uma empresa com sede em Porto Alegre está disposta a ajudar na mudança do mercado de energia no país. A Sebigás-Cótica tem tecnologia para transformar resíduos de usinas de cana-de-açúcar em biogás. Além de fazer resíduo virar combustível, cria uma fonte de receita para as usinas, aumentando ganhos e reduzindo custos. A Cótica tem origem em Marau, há 40 anos, e se tornou uma empresa de referência em engenharia – coordenou a mais recente ampliação da General Motors em Gravataí, na época do lançamento do Onix. A Sebigas é italiana e desenvolveu a tecnologia, que chegou ao Brasil por meio da associação entre as duas empresas.
– Essa é uma área em que o Brasil está se movimentando. Está avançando o RenovaBio (diretrizes para a bioenergia no Brasil que devem vigorar a partir de 2025). O país tem potencial para duplicar a produção de etanol e biodiesel e entrar firme no biometano. O potencial de geração de gás a partir de resíduos orgânicos é superior ao de Itaipu – diz Mauricio Cótica, diretor-executivo da empresa.
Leia mais
AES Uruguaiana vai exportar energia para a Argentina
Eletrobras inclui parques eólicos gaúchos em lista de possível venda
Um novo aceno para o carvão
O biometano é produzido a partir de vinhaça (resíduo pastoso da destilação do caldo de cana) e torta de filtro (efluente que costuma ser reaproveitado como adubo), conforme o empresário, tem características que permitem substituir o gás natural, usando a mesma infraestrutura, ou seja, complementa uma fonte de matéria-prima que não é abundante nem de fácil extração no país. Em Porto Alegre, a Sebigás-Cótica faz a concepção dos projetos que implanta, com mais frequência, na região de plantio de cana em São Paulo. Maurício relata que já há plantas em implantação, que costumam ser entregues com a produção em marcha. Para uma produção média de 10 mil metros cúbicos de vinhaça, o investimento na transformação em biometano fica ao redor de R$ 100 milhões. Os 300 funcionários de Porto Alegre atuam na concepção e projeto.