Para hidratar seu caminho para o mercado global, a brasileira Natura ofereceu
1 bilhão de euros (o equivalente a R$ 3,67 bilhões) para comprar a marca The Body Shop. Criada no Reino Unido, a rede de cosméticos com um pé na natureza entrou no Brasil pela via da aquisição da gaúcha Empório Body Store. Com o novo negócio, especulado desde abril, a ambição da Natura é criar uma gigante global de "cosméticos verdes".
A The Body Shop tem hoje 3 mil pontos de venda em cerca de 60 países. Foi fundada em 1976 pela empresária britânica Anita Roddick, pioneira dos produtos cosméticos que respeitam o ambiente, não testados em animais, e adepta do comércio sustentável. Trinta anos depois, em 2006, no auge do sucesso, a marca foi comprada pela francesa L'Oréal por cerca de 940 milhões de euros.
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Em 2014, já nas mãos da L'Oréal, a The Body Shop comprou a Empório Body Store, que nasceu em Porto Alegre, para entrar no Brasil. Neste ano, a gigante francesa, uma das marcas que dominam o mercado de cosméticos no país, decidiu se desfazer da rede mais "natureba". A Natura tinha competidores, entre os quais fundos de investimentos, como o italiano Investindustrial, e grupos asiáticos.
Em comunicado, a L'Oréal avaliou que o grupo brasileiro "é o melhor proprietário que se poderia imaginar para fortalecer o DNA da marca construída em torno do natural e da ética". Também em nota, o co-presidente da Natura, Guilherme Leal, afirmou que "Natura e The Body Shop sempre percorreram caminhos paralelos e hoje seus caminhos se unem".
A integração das empresas vai gerar volume de negócios consolidado de R$ 11,5 bilhões, 3,2 mil lojas e 17 mil funcionários. Especialistas no segmento avaliam que a The Body Shop, embora valiosa, tem problema de modernização de imagem de marca. A competição por esse mercado cresceu, com novos competidores e consumidores em busca de alternativas mais exclusivas. No ano passado, o faturamento global da The Body Shop caiu 4,8%, e a rentabilidade recuou 3,7%.