É preciso considerar que são resultados obtidos antes do já famoso "17 de maio", data em que se tornou conhecida a delação da JBS. Mas os dados de abril acabaram mostrando que a economia manteve os sinais vitais no mês que era temido por conta do acúmulo de feriados. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) avançou tímidos 0,28% na comparação com março, mês em que havia recuado 0,40%. É, portanto, mais recuperação parcial do que reação extraordinária, mas é algo.
O IBC-Br é conhecido como "prévia do PIB", mas o cálculo tem metodologia diferente das contas trimestrais, que indicam o comportamento "oficial" da economia brasileira. Outro cálculo de aproximação do PIB, com fórmula mais aproximada à do IBGE, mostrou a economia estável em abril ante março. É o PIB mensal do Itaú Unibanco, que "errou" sua projeção para o PIB do primeiro trimestre em 0,1 ponto percentual.
Leia mais
Economia não pode ser trincheira de governo em perigo
Recessão não terminou, teve uma trégua
Há risco de volta ao clima "sexo, drogas e rock'n roll" na economia
Outros indicadores desafiaram os "idos de abril" na economia. A indústria avançou 0,6%, o comércio no varejo cresceu 1% e o setor de serviços – ao menos no volume total – também subiu 1%. O governo celebra esses números como se fossem conquistas suas, mas a maioria dos analistas ainda é cética sobre a consistência desse movimento. E, principalmente, avalia que ocorre mais "apesar" do governo em crise e acuado do que "graças" ao Planalto.