A B3 – novo nome da bolsa de São Paulo – fechou nesta sexta-feira (19) em alta de 1,69%, aos 62.639 pontos, depois de ter despencado na véspera 8,8%, o maior tombo desde 2008. O dólar, por sua vez, caiu 3,89% na última sessão da semana, a R$ 3,26. Na quinta-feira (18), a moeda americana havia disparado 8,15%, para R$ 3,39, a maior subida desde 1999.
Para entender as mais recentes movimentações do mercado, que acompanha os desdobramentos da crise política do governo Temer, a coluna ouviu três analistas. Confira, abaixo, as avaliações da sessão desta sexta-feira (19) e as projeções para os próximos dias.
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André Perfeito
Economista-chefe da Gradual
"Quando há queda muito acentuada, é normal uma correção. Tem gente achando barato. O dólar vai explodir? Acho difícil. O Brasil tem reservas sólidas e um grande saldo positivo na balança comercial, ou seja, entra dólar por outros canais. O Brasil não acabou. O juro vai continuar caindo, talvez em velocidade menor. E também não vai derreter fiscalmente."
Frederico Sampaio
Diretor de renda variável da Franklin Templeton Investimentos
"As denúncias ventiladas no primeiro momento contra Temer geraram comoção. O mercado achou que seria catastrófico, e as reformas seriam esquecidas. Depois, as notícias ficaram mais leves. Falar da bolsa no curto prazo é difícil, depende do fim de semana. No longo prazo, é mais fácil. Se a recuperação da economia não for afetada, o mercado acompanhará (a retomada)."
Daniel Rezende
Responsável por renda variável da Messem Investimentos
"O mercado esperava que Temer fosse embora, mas ele ficou para se sustentar. Mesmo em momentos turbulentos, há boas empresas a preço justo. Agora, a questão é se Temer vai comandar o Congresso, se as reformas vão prosseguir. O mercado não está nem aí para quem roubou, não tem escrúpulos. Quer alguém que faça o que tem de ser feito."