O tamanho do impacto da delaçãoainda não premiada dos empresários Joesley e Wesley Batista só começará a ter seu efeito medido pela reação do mercado nesta quinta-feira (18). Na noite desta quarta-feira (17), ainda impactados com as revelações, empresários se inquietavam com o futuro do país. O comentário mais ameno era de que o Brasil vai passar por um período forte de instabilidade.
Como veio à tona depois que o mercado fechou, a revelação não estava embutida na queda de 1,67% do Ibovespa. Esse recuo esteve relacionado, por ironia, com a inquietação sobre outro governo, o de Donald Trump, nos Estados Unidos. Se esse foi o impacto com um risco externo, é possível imaginar qual será o efeito da turbulência interna.
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Entre os empresários, palavras como "impeachment", "renúncia" e "incerteza" eram as mais comuns. Muitos observavam, com preocupação evidente, que o terremoto na política ocorre justamente no momento em que a economia começava a mostrar sinais mais claros de recuperação.
A expectativa mais benigna era de um novo estancamento dos negócios, que começavam a deslanchar. "O mundo virou de cabeça para baixo", foi um dos comentários.
Alguns especulam que a revelação bombástica desta quarta-feira (17) é apenas a ponta de um iceberg, que tende a mostrar mais seu tamanho ao longo dos próximos dias. Passado o primeiro impacto, alguns tentavam projetar o tempo que um eventual processo de impeachment pode levar. Outros se inquietavam com a hipótese de eleição indireta por "esse" Congresso.
Habituados pela força do ofício a fazer avaliações rápidas de cenário, empresários não escondem a preocupação. O futuro do Brasil, pela segunda vez em pouco mais de um ano, está em questão.