Embora os sucessivos recados do presidente da Petrobras, Pedro Parente, de que a Petrobras não está disposta a manter a construção de plataformas no Brasil, diante de prazos e preços estourados, tenham levado preocupação a Rio Grande, o polo naval original do Rio Grande do Sul, há outra forma de encarar a questão.
Parente avisou que o país pode não manter a construção de plataformas – o que significa, basicamente, a construção de cascos, como estava contratado no Estaleiro Rio Grande, hoje em recuperação judicial –, tem chance de manter a montagem e integração de plataformas.
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É nessa atividade que ainda estão envolvidos, neste momento, 3,5 mil trabalhadores em Rio Grande, na QGI Brasil, e do outro lado do canal, em São José do Norte, na EBR. Conforme um empresário ligado ao segmento explicou à coluna, a construção de cascos ou conversão de navios é um quase inviável no Brasil por conta de custos elevados decorrentes das normas vigentes.
A fabricação de módulos e a integração desses equipamentos às plataformas exigem mais fornecedores, espalhando a geração de riqueza por outros ramos da indústria, usam alta tecnologia e exigem mão de obra especializada, detalha esse empresário.
Na EBR, estão empregadas nesse momento 1,5 mil pessoas na integração e montagem da P-74. Na QGI, são 990 ocupadas com a mesma atividade na P-75 e P-77. Na foto, um flagrante do içamento de módulos realizado há poucos dias. Novos projetos desenvolvidos nesses moldes podem ser uma saída para a continuidade do polo naval gaúcho, se a Petrobras confirmar futuras encomendas ao menos nesses segmentos.