Desde o final do ano passado, a coluna recebe queixas de construtoras e investidores de que a mudança nas regras do Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI) feita em meados de 2016 não foi suficiente para dar ritmo à análise dos pedidos. Presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado (Sinduscon-RS), Ricardo Sessegolo classifica como "absurda" a demora para aprovação. Afirma que há edifícios com apartamentos vendidos em que a espera pela liberação chega a cinco meses.
– Enquanto isso, os compradores aguardam os imóveis – observa.
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Sessegolo avalia que a demora decorre da falta de estrutura para dar vazão à demanda diária. O presidente do Sinduscon avalia que a Lei Kiss, criada para tentar prevenir tragédias como a de 2013 em Santa Maria, não considera essa restrição.
– Transferiu a responsabilidade toda para o Corpo de Bombeiros. Com efetivo deslocado para a Operação Golfinho, este período é um horror – desabafa.
O Sinduscon-RS busca neste ano terceirizar parte das vistorias a engenheiros treinados. O presidente diz que a ideia é apenas auxiliar os bombeiros, que mantêm a palavra final. O suporte à corporação inclui ações como treinamento de estudantes de Engenharia Civil, desde 2015.
– Sinduscon e Fiergs buscaram bolsistas e pagaram por isso. Mas no local onde são treinados, em Porto Alegre, não havia nem computadores – lembra.
Everton de Souza Dias, major do Corpo de Bombeiros responsável pela comunicação, confirma que a demanda na Capital é grande, mas observa que as mudanças devem agilizar a liberação ao alterar as obrigações de empreendimentos de baixo e médio risco de incêndio. Com menos pressão de projetos pequenos, os mais robustos teriam maior velocidade.