Sim, a coluna prefere fontes renováveis, especialmente eólica e solar. Sim, é um absurdo um país com a insolação do Brasil quase não ter geração fotovoltaica. Sim, a queima de carvão para gerar energia emite gás carbônico, o vilão do efeito estufa. Sim, o clima está mudando – não se sabe que modelo mental é capaz de negar, com o aumento da severidade dos fenômenos naturais.
Mas não se pode construir políticas públicas com base em preconceito. É por saber que o carvão é visto como vilão que o título faz referência a um filme de trágicas consequências. O artigo 20 da MP 735 permite renovar 1,4 mil MW dos 1,75 mil MW existentes no Brasil, que correspondem a 3,8% do total da geração. Está ameaçado de veto por pressão para não elevar emissões.
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A proposta não é aumentar o peso da fonte, é substituir usinas antigas e poluentes como as A e B de Candiota e a de Charqueadas – que deve fechar por iniciativa do controlador, de tão irrecuperável. O gráfico mostra dados do Banco Mundial sobre o peso do carvão na matriz energética de vários países.
Para que o Brasil não vire China ou Índia, basta restringir o avanço do peso do carvão na matriz. Permitir a substituição, já que há investidores interessados nesse momento de escassos projetos, e basta. Uma regra pode limitar a geração aos atuais 3,8%, trocando baixa tecnologia e alta emissão por alta tecnologia e baixa emissão. Sem aumentar o peso na matriz, sem aumentar emissões.