Não se trata de desdenhar boa notícia: sempre é melhor uma redução do que uma alta, ainda mais em momento de inflação ainda elevada como este. Mas o anúncio de corte nos valores cobrados pela Petrobras nas refinarias para gasolina e diesel veio muito abaixo do que se esperava.
Com os valores de referência internacionais cerca de 20% inferiores, a redução ao redor de 3% (2,7% para diesel e 3,2% para gasolina) parece mera sinalização para estrear a nova política de preços da estatal. Não fará muita diferença para o consumidor, e há o risco de fazer pouca onde mais interessa à Petrobras, na contenção da alta da importação direta de combustíveis pelas distribuidoras.
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Para dar uma ideia, até agosto, a elevação da compra de gasolina e diesel no Exterior acumulada no ano era de 11,8%, conforme dados mais recentes disponíveis na Agência Nacional do Petróleo (ANP). A Petrobras precisava reagir por que estava perdendo mercado. Mas essa reação foi pequena diante da diferença.