Pelo menos nos postos de combustíveis, o consumidor sente algum alívio no bolso. A crise se sobrepôs ao aumento dos custos, e o preço da gasolina na Capital cai desde fevereiro, mostram os dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
O valor médio da gasolina em Porto Alegre, que em janeiro – após aumento da alíquota de ICMS de 25% para 30% – estava em R$ 3,96, caiu para para R$ 3,81 em junho, queda de R$ 0,15, equivalente a 3,79%. Em alguns postos, aponta a ANP, o motorista pagou até R$ 3,60.
A retração ocorre mesmo sem nenhuma interferência externa que ajudasse a pressionar os preços para baixo. Ao contrário. Em março, entrou em vigor a nova base de cálculo para cobranças de impostos pela Receita Estadual. A previsão era de que poderia aumentar os preços do combustível, em média, em R$ 0,10.
A resposta para o enigma é a crise, diz o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Estado (Sulpetro), Adão Oliveira. Os dois fatores que potencialmente poderiam elevar os preços ao consumidor em 2016 não foram mais fortes do que a retração dos motoristas diante da recessão, avalia o dirigente. Para ele, seria inviável aos proprietários dos postos fazer os repasses diante da economia em fragalhos. A concorrência também ajudou no recuo.
– Os revendedores começam a baixar o preço para tentar retomar o volume de vendas, mas não recuperam. Estão trabalhando com uma margem baixa de lucro – alega.
De acordo com o presidente da Sulpetro, o volume de venda de combustíveis no primeiro semestre caiu entre 25% e 30% em relação ao mesmo período do ano passado.