Mais de meia década após a crise financeira de 2008, o sistema financeiro está sendo chacoalhado novamente. Desta vez, as mudanças não têm nada a ver com crise. Nos últimos anos, tem crescido significativamente o número de startups que oferecem serviços financeiros no mundo, as fintechs.
A ascensão dessas empresas ligou o alerta nos grandes bancos, especialmente nos Estados Unidos, que temem transformações radicais na indústria, a exemplo do que ocorreu em setores como música, filmes e transportes. Há fundamento em números. Os investimentos em fintechs somam US$ 50 bilhões desde 2010, sendo cerca de US$ 20 bilhões apenas no ano passado.
O Goldman Sachs estima que US$ 4,7 trilhões em receitas dos bancos podem ir parar nas startups. Embora agressiva, a expansão das fintechs está sofrendo os primeiros solavancos.
Símbolo mais recente dessa geração de empresas, o Lending Club, uma espécie de ''Uber dos empréstimos'', está sob fogo pesado após uma auditoria interna descobrir venda de empréstimos não autorizados. O CEO da companhia renunciou, e, como consequência, as agências reguladoras americanas prometeram colocar uma lupa sobre as fintechs.