O aceno de Arábia Saudita, Rússia, Venezuela e Catar demonstrando a intenção de congelar a produção de petróleo aos níveis de janeiro parece ter frustrado o mercado, que esperava um corte na oferta. O acordo ainda dependeria da adesão de outros países como Irã – que nesta terã-feira mesmo disse que não topa – e não conseguiu deter o movimento de queda das cotações. Mesmo que do encontro do quarteto tenha saído o compromisso da busca por uma solução para tentar adequar a oferta à fraca demanda. Assim, o óleo tipo brent fechou a US$ 33,18 com queda de 3,62%.
O diretor da consultoria Maxiquim, João Luiz Zuñeda, aposta que a tendência de curto prazo para o petróleo é se manter na casa dos US$ 30, pressionado por dois fatores: desequilíbrio entre a grande oferta e a procura baixa causada pela perda de ritmo da economia mundial e pelas próprias apostas do mercado financeirO contra a commodity.
Um corte na produção, observa Zuñeda, também depende de uma costura mais complicada porque, enquanto muitos países com situação financeira delicada – como Rússia, Venezuela e a própria Arábia Saudita – dependem dos dólares gerados pela venda do petróleo, ao mesmo tempo, têm o receio de perder mercado caso partam para uma redução na produção. Ou seja, perderam as rédeas do jogo.
– Eles precisam dos dólares do petróleo e a questão do preço envolve fatores que não conseguem dominar – afirma Zuñeda.
*Interino da coluna +Economia. A titular, Marta Sfredo, está em período de férias até o dia 29 de fevereiro.