O primeiro dia útil de 2016 já começou sacudido pela alta do dólar, que fechou em R$ 4,03 e pela queda de 2,8% na bolsa. Boa parte dos motivos estavam do outro lado do mundo, onde o novo ano ainda nem começou. Na China, o índice composto de Xangai e Shenzheng despencou 7% e estreou o mecanismo que interrompe negociações em caso de quedas profundas (confira o gráfico).
Detalhe: lá é acionado já em 5%, aqui e nos EUA, a partir de 10%. Ou seja, os chineses parecem prever um ano em que quedas de 5% sejam frequentes. Por lá, o ano só começa em 6 de fevereiro. E será regido por macacos de fogo, combinação que só ocorre a cada 60 anos.
Segundo a a tradição chinesa, são ambiciosos e aventureiros, mas irritáveis. E tudo de que o Brasil não precisa em 2016 é ver seu maior parceiro comercial irritado. É da China que mais compramos, é para a China que mais vendemos. Se os chineses não estiverem bem, será mais um complicador para um ano já temido do Oiapoque ao Chuí.
Uma das causas do afundamento na China foi a produção industrial de dezembro, que caiu pelo 10º mês seguido. Sinal de que nem os estímulos do governo fizeram efeito. Na economia mais ou menos de mercado da China, isso é uma novidade. E pode irritar ainda mais os macacos de fogo.