Pouco tempo depois da divulgação das novas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, divulgou nota em que considera ''significativas'' as revisões das projeções de crescimento para o Brasil em 2016 e 2017 divulgadas nesta terça-feira na atualização do relatório ''World Economic Outlook''. Não é um tipo de comunicação usual, muito menos no dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) começa a avaliar o cenário para decidir, na quarta-feira, se mantém ou altera o juro básico.
E como que para deixar pouca margem a dúvidas, a nota repete as revisões do FMI – aprofundamento da queda do PIB neste ano de 1% para 3,5% e mudança na projeção para 2017 de crescimento de 2,3% para zero – e avisa, com todas as letras:
"O presidente Tombini ressalta que todas as informações econômicas relevantes e disponíveis até a reunião do Copom são consideradas nas decisões do colegiado."
Nesse cenário, será difícil justificar uma elevação da taxa, embora o mandato único do BC brasileiro seja seguir a metas de inflação. Afinal, outra missão do BC é "coordenar as expectativas". Tombini acabou de cumprir seu papel.