Pela sinalização do primeiro encontro entre a direção da CEEE e 12 sindicatos - praticamente todas as categorias empregadas na estatal -, ao menos 180 desligamentos serão feitos como primeiro passo do plano de ajuste que tentará preservar a concessão da área de distribuição. As regras da Agência Nacional de Energia Elétrica para renovar o direito de levar energia até os clientes prevê a necessidade de atingir o equilíbrio econômico-financeiro, ainda distante da realidade da companhia.
O que levou a CEEE a ficar ameaçada de perder a concessão
Na reunião de quarta-feira, que se estendeu até o início da noite, coube ao diretor de transmissão, Luis Tadiello, apresentar a proposta de desligamento de todos os já aposentados pelo INSS e dos que preencham os requisitos para aposentadoria. Houve reação, a diretoria se retirou para discutir e voltou com outro cálculo.
Os cortes devem começar com todos os aposentados que podem ter complementação da Fundação CEEE, que para os mais antigos exige idade mínima de 55 anos. Seriam 180. No cálculo da direção, a saída de 350 representaria alívio de R$ 8 milhões mensais na folha de pagamento. Como o número cairia à metade, a economia estimada deve seguir a proporção.
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A direção da CEEE tem pressa: pediu aos sindicalistas que colocassem o assunto em assembleia-geral para dar um retorno até a próxima semana. Mas Jorge Bastos, presidente do Senergisul, o que representa maior número de empregados, disse que ainda não está decidido nem se cabe fazer uma reunião desse tipo. E, é claro, que a entidade é contrária a qualquer demissão. Bastos pondera que o ideal seria fazer um programa voluntário de demissões mais "atrativo".