Se a economia brasileira anda para trás, não há como as unidades da federação seguirem adiante. Mas, como sempre, há o pelotão dos mais frágeis e o dos mais resistentes. Ontem, as projeções do grupo de analistas consultados pelo Banco Central para o Relatório de Mercado Focus mostraram o efeito do terceiro trimestre pior do que o esperado para o PIB de 2015. A queda estimada pela média dos analistas do mercado financeiro subiu de 3,19% para 3,5%.
Como toda média, amortece os extremos. A agência de classificação de risco Fitch, por exemplo, está mais pessimista: vê um tombo de 3,75% neste ano. Ontem, a Fitch divulgou uma análise em que tenta projetar o impacto da queda em Estados e municípios. Ou, como chama a agência, os "subnacionais". Dividiu-os em três grupos, conforme o tipo de fonte de receita: as influenciadas por commodities, os dependentes de demanda interna e, por último, os com menor autonomia tributária.
O Rio Grande do Sul não está no grupo com desempenho acima da média, formado por Estados mais expostos a commodities - mais pelo dólar valorizado do que por cotações. Estão no pelotão mais blindado Espírito Santo, Goiás e Santa Catarina "até certo ponto", ressalva a agência sobre os vizinhos. São os que têm até 50% de suas economias relacionadas à exportação.
O grupo intermediário - São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul estão citados - depende da demanda interna para gerar receitas e, por isso, enfrenta risco igual ao do país.
Os mais afetados, para a Fitch, são os que têm menor autonomia fiscal: Rio de Janeiro, Pernambuco e Maranhão. A agência observa que será preciso "continuar com o processo de redução de despesas para enfrentar o ambiente de recessão". Até agora, isso significou fusão e extinção de secretarias, demissão de comissionados e congelamento de investimentos que devem reduzir os gastos em cerca de 20%