Algumas das lojas Nacional, que pertencem à gigante varejista americana Walmart, já estão comunicando a seus clientes que vão fechar até a próxima quarta-feira. Há pouco, a Walmart divulgou nota confirmando o fechamento de lojas, mas sem informar quantas e quais. Veja a íntegra do comunicado:
''Por conta do atual ambiente econômico no Brasil, a empresa tomou a decisão de fechar algumas unidades no Estado com baixo desempenho. Estamos fazendo todo o possível para transferir os funcionários dessas unidades para outras lojas e, quando não for possível, oferecemos apoio para recolocação profissional.
Presente no Rio Grande do Sul com mais de 100 unidades, a empresa mantém compromisso com o mercado gaúcho, a fim de servir melhor seus clientes e garantir a sustentabilidade do negócio no longo prazo. Em 2015, investimos R$ 1,3 bilhão na abertura de novas lojas, reforma de unidades antigas e integração de sistemas no Brasil.''
Oficialmente, só três lojas do Nacional tiveram fechamento confirmado: uma na Avenida Protásio Alves, uma na Miguel Tostes, outra na Plínio Brasil Milano, perto do Carrefour. Também há confirmação de encerramento das atividades de um supermercado no centro de Santa Maria. Mas a conta não termina aí, conforme outros comunicados informais feitos no Estado. O número chegaria a pelo menos uma dezena de unidades fechadas.
No Brasil, a intenção seria se desfazer de ao menos 30, entre o Sul e o Nordeste. Em 2005, quando a rede comprou 140 lojas da portuguesa Sonae no Brasil por 635 milhões de euros, o então presidente da Walmart no Brasil, Vicente Trius, festejou com um "chegamos lá". Agora, a avaliação de consultores é de que o grupo se decepcionou com dificuldades que consideram "intransponíveis" no país, que representa apenas 3% dos negócios globais da Walmart.
Quem acompanha os negócios do grupo no Estado pondera que o problema não é só de cenário: unidades que estariam passando por avaliação de fechamento estariam com o mesmo faturamento nominal de 15 anos atrás, ou seja, estaria perdendo para a inflação acumulada no período, de cerca de 180%. Apenas para empatar em valores reais com a venda da época – sem crescimento acima da inflação –, teria de estar vendendo duas vezes mais.
Em tese, os hipermercados Big não estariam ameaçados no Estado, mas a Walmart já confirmou o fechamento de dois em Santa Catarina, um em Blumenau e outro em Brusque.