Foram finalmente assinados, na noite de quarta-feira, os aditivos ao contrato entre Petrobras e QGI para montagem das plataformas P-75 e P-77 em Rio Grande.
Ao anunciar a decisão, nesta quinta, o prefeito da cidade, Alexandre Lindenmeyer (PT), projetou a abertura de 2 mil vagas. O número corresponde à metade do que havia sido anunciado em 2013. Isso significa que parte da encomenda será feita na China, mas as empresas não detalham o que Rio Grande retém e o que perde. Presidente do sindicato dos metalúrgicos local, Benito Gonçalves, conforma-se:
– Depois do susto com o risco de perder todo o projeto, estamos tentando enxergar o lado positivo. Embora tenha se criado a expectativa de que tudo seria feito em Rio Grande, volta a ser como antes, quando só parte era feita aqui.
A previsão é de que as contratações comecem em janeiro e durem ao menos dois anos. O contrato original havia sido firmado em 2013, no Piratini, com a presença da presidente Dilma Rousseff, mas divergências sobre valores colocaram em risco o trabalho em Rio Grande.
No início do mês, pouco antes dos rumores sobre a mudança de todo o projeto para a China, o canteiro da QGI em Rio Grande recebeu os flares das duas plataformas. São estruturas em formato de torre que queimam o excesso de gás no primeiro tratamento do óleo extraído. Com 70 metros de altura cada e pesando juntas mais de 144 toneladas, foram produzidas na Turquia. O aditivo ao contrato com a QGI é um dos raros assinados pela Petrobras desde o início da Operação Lava-Jato.
– É claro que queríamos mais participação daqui. Mas para quem não tinha nenhuma vaga aberta em fevereiro, garantir um empreendimento dessa magnitude e esses 2 mil empregos diretos acrescenta muito – disse Lindenmeyer.
Com a confirmação, o prefeito se permite projetar um futuro mais positivo para o polo e para a cidade. No radar de potenciais boas notícias, está a vinda de uma empresa que fabrica encanamentos e canos especiais para as plataformas, a TNE. Com a ruptura do contrato entre Petrobras e QGI, o plano de investimento da empresa havia afundado, mas, agora, volta à tona.