Um dos responsáveis pela circulação da expressão acima fora dos círculos econômicos é o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto. Criada pelo economista britânico John Maynard Keynes, refere-se ao impulso de criar, impulsionar, fazer algo positivo mesmo em meio a cenários nem tanto.
O original, inclusive, é no plural, mas o que se popularizou é a versão no singular. A descrição de Keynes é assim: ''um impulso espontâneo para a ação, ao invés da inação, e não como consequência de uma pensada média de benefícios multiplicada pelas probabilidades quantitativas.''
O oposto do ''espírito animal'' seria o que hoje se chama de ''aversão ao risco'', a paralisia que domina boa parte da economia brasileira. Mas apesar de estar domado pela incerteza, o ''espírito animal'' dos brasileiros está longe da extinção. Há provas diárias de coragem, e até ousadia. São impulsos de empresários gaúchos, catarinenses, paranaenses e do Brasil inteiro.
Se há algo que pode afastar o Brasil dos temidos 10 anos de recessão é o espírito animal dos empresários brasileiros. Ou de muitos trabalhadores que, na iminência de perder o emprego ou por simples inclinação empreendedora investem, desafiando a burocracia, a carga tributária, o cipoal de licenciamentos, alvarás e certificados. Há centenas, milhares de casos espalhados por aí. A virada no jogo vai depender desse espírito.