Pelo 11º ano, o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM, na sigla em inglês) elaborou uma lista do que vai ser tendência no mundo da atividade física no ano seguinte. Para 2017, muito do que já foi citado para 2016 reaparece, e tecnologia wearable está no topo do ranking pela segunda vez consecutiva.
Nada surpreendente. Segundo a IDC Mobile Device Trackers, existe uma previsão de mais de 213 milhões de unidades de tecnologias "vestíveis" (que vão desde relógios, pulseiras, dispositivos com GPS a óculos inteligentes) vendidas em 2020, ou taxa de crescimento anual de 20,3%. Mas em uma lista em que 18 das 20 tendências já apareciam nas apontadas para 2016, falo das duas novidades: exercício como remédio e programas de exercícios em grupo.
Exercise is medicine é um programa criado pela ACSM que tem como objetivo encorajar médicos e outros profissionais da saúde a incluir a atividade física nos planos de tratamento. Não apenas para os casos de doença. A ideia é que os pacientes comecem também a pensar em como implementar o hábito do exercício físico, como mantê-lo e como evoluir, sempre pensando na prevenção da saúde.
Como esse é o tema da reportagem principal desta edição do caderno Vida, não preciso me alongar na temática, mas faço questão de dizer que fico muito feliz que seja uma das tendências para 2017. Apontadas por uma das mais prestigiadas instituições do assunto no mundo, espero que seja algo que se consolide também nos consultórios brasileiros.
Mas o que me chama mesmo atenção nessa lista é que motivação, ponto nevrálgico, ouso dizer, de oito a cada 10 pessoas que tentam começar a encaixar na vida diária a prática de uma atividade física, tenha impulsionado dois itens quase distantes um do outro: os dispositivos wearables e os treinamentos em grupo. Se as pessoas cada vez mais procuram uma tutoria nas tecnologias "vestíveis", o que explica uma ascendência das aulas em grupo lideradas por um professor? Nem mesmo os entrevistados na pesquisa da ACSM sabem explicar e esperam observar o que 2017 e 2018 podem revelar sobre isso. A questão é que – ainda bem, diga-se –, a figura do profissional motivador, capaz de observar as aptidões de cada um e fazer da aula uma diversão, tem levado muita gente a sair da inércia e, de quebra, a aproveitar aquele tempo para socializar. Acho que ainda vai demorar a um relógio ou uma pulseira serem melhores do que isso.
2º Desafio Solidário de Natal
Por falar em motivação em grupo e tempo para socializar, pelo segundo ano consecutivo corredores se juntam para arrecadar alimentos, produtos de limpeza e higiene pessoal, além de brinquedos, em um desafio de 24 horas de corrida. Funciona assim: das 8h do próximo sábado, dia 17, até as 8h de domingo, basta dar uma passadinha na esquina das vias Túlio de Rose e Antônio Carlos Berta, deixar um ou mais desses itens, que serão destinados a três instituições, e aproveitar para correr com a galera no entorno do Iguatemi. Pode ser qualquer distância, em qualquer horário, o que importa é o esporte em nome de uma boa causa.