Há livros fundamentais que deveríamos ter lido há décadas e que, por alguma razão, nos escapam. Então, inesperadamente, aparecem à altura dos olhos em uma estante, como um convite. Ocorreu comigo em dezembro com A Guerra do Fim do Mundo, romance histórico sobre Canudos de Mário Vargas Llosa. O livro, lançado em 1981, é considerado por Llosa como seu trabalho mais importante. O texto ficcional está baseado em extensa pesquisa histórica e em viagem que o autor fez ao sertão da Bahia, visitando os locais por onde passou o beato Antônio Conselheiro. O autor foi, também, influenciado por Os Sertões de Euclides da Cunha, livro que reverencia. O resultado foi um enredo inovador cuja lógica interna se impõe como uma descrição ao mesmo tempo fantástica e realista dos acontecimentos.
Artigo
Essa gente
Jornalista e sociólogo
Marcos Rolim