Enquanto alguns clubes brasileiros apostam em promessas ou reconhecidos nomes estrangeiros, o Grêmio de Renato Portaluppi costuma ir na contramão desta linha de pensamento, e não é de hoje. O Tricolor é atualmente um dos times da Série A com menor número de atletas nascidos fora do Brasil. São apenas dois: o argentino Kannemann e o colombiano Orejuela. Inter e Atlético-MG, por exemplo, chegam a ter sete no elenco, sem contar os seus treinadores.
O assunto chamou a atenção inclusive neste início de ano. Renato preferiu apostar nas contratações dos contestados e veteranos Thiago Neves e Diego Souza em vez de buscar no mercado do Exterior uma solução melhor. Não é uma questão de certo ou errado, mas parece ser a preferência do treinador.
Essa é a terceira passagem de Renato como técnico do Grêmio. Desde 2016 no clube, sendo atualmente o treinador mais longevo da elite do futebol brasileiro, ele também comandou o time em 2010, 2011 e 2013. No total, 15 jogadores estrangeiros passaram por suas mãos. Alguns despontaram. Outros, nem tanto.
O caso de maior sucesso é Walter Kannemann, fazendo dupla histórica na zaga do Grêmio ao lado de Geromel, com títulos e atuações destacadas, as quais o fizeram chegar à seleção da Argentina. O paraguaio Lucas Barrios também foi importante no título da Libertadores de 2017, terminando o ano como um dos artilheiros da equipe.
O próprio equatoriano Miller Bolaños, apesar de ter perdido a titularidade com Renato, fez o gol do título da Copa do Brasil em 2016. Na segunda passagem, em 2013, destaque para o paraguaio Riveros e o argentino Barcos, peças relevantes no esquema montado pelo técnico no vice-campeonato brasileiro daquele ano.
Os outros 10 estrangeiros não tiveram a mesma sorte e paciência ou ainda estão em análise (como Orejuela). Casos recentes são dos argentinos Montoya e Gata Fernández e do equatoriano Miky Arroyo, que tiveram passagem curta na Arena, e muitos torcedores lamentam seus insucessos. Outras jovens promessas, como Beto da Silva, do Peru, e Ty Sandows, da África do Sul, mal foram aproveitados no time principal.
Na primeira passagem de Renato Portaluppi no Grêmio, o time titular não tinha estrangeiros. Quem ganhava mais espaço era o argentino Escudero, invariavelmente saindo do banco de reservas. Miralles, também da Argentina, chegou ao clube pouco mais de um mês antes do treinador sair. Por fim, o inconstante meia uruguaio Maxi Rodríguez viveu sempre de lampejos nas mãos de Renato.
Lista dos 15 estrangeiros de Renato no Grêmio
- Walter Kannemann (Argentina)
- Walter Montoya (Argentina)
- Ezequiel Miralles (Argentina)
- Gastón Fernández (Argentina)
- Hernán Barcos (Argentina)
- Damián Escudero (Argentina)
- Lucas Barrios (Paraguai)
- Cristian Riveros (Paraguai)
- Miky Arroyo (Equador)
- Miller Bolaños (Equador)
- Eduardo Vargas (Chile)
- Luis Orejuela (Colômbia)
- Maxi Rodríguez (Uruguai)
- Beto da Silva (Peru)
- Ty Sandows (África do Sul)