As quatro vitórias seguidas do Grêmio aconteceram com uma ideia completamente diferente da tradicional e preferida do técnico Renato. Os 29% de posse de bola no Gre-Nal e os 34% contra o Athletico-PR em Curitiba já indicaram isso. Depois vieram os 26% contra o Cruzeiro, no Mineirão, e a virada contra o São Paulo na Arena.
Diante do tricolor paulista, o Grêmio ficou 40% do tempo com a bola. A estratégia é dar a bola ao adversário, se defender, ou como dizem os jogadores e treinadores, saber sofrer. Nas quatro vitórias com menos posse de bola o Grêmio marcou oito gols e sofreu apenas três.
Vale destacar o quanto o esquema com três zagueiros potencializou o time. Primeiro os próprios defensores. Bruno Uvini entrou bem no time, Bruno Alves mantém a regularidade e eficiência e Kannemann repete as atuações de anos anteriores. Os laterais aparecem mais, Reinaldo fez grande partida contra o Athletico-PR e diante do São Paulo até gol marcou.
O meio-campo foi mais beneficiado pelo novo esquema. Carballo cresceu de produção, Bitello tem mais liberdade para atacar e Villasanti tem sido a figura mais importante do setor. Por fim, Suárez, com gols, assistências e participação decisiva em todos os jogos. A eficiência do Grêmio é a maior virtude no novo esquema de arracanda no Brasileirão.
O mérito na mudança está em reconhecer as fragilidades. O Grêmio era um time facilmente atacado, com pouca capacidade de marcação. Agora, ainda que tenha pouco a bola, é um time dificilmente vazado pelos adversários.