De certa forma, cristianismo e arte andam juntos (um exemplo: Capela Sistina, Michelangelo, Rafael, Botticelli etc.). Mas há também inúmeros casos de provocações, de piadas sem fim. A história cristã é assunto nesses últimos milênios para artistas diversos. Carlos Vereza, ator e diretor, se apresenta sábado e domingo no Theatro São Pedro com a peça Iscariotes - A Outra Face.
No monólogo, com texto dele, foram três anos de estudo do apócrifo achado em uma caverna no Egito, perdido por 1600 anos. O que tem de diferente? Judas não é vilão. E é amado por Jesus.
– Ficou caracterizado que ele, Judas, era o discípulo mais amado por Jesus – fala Vereza – Na minha cabeça não existe o beijo de Judas em Jesus. Imagina se o maior império do mundo iria precisar de um beijo para saber quem era Jesus? – aponta o ator.
Perguntamos se a peça é mexer em um vespeiro.
– Pode ser um vespeiro, mas esse apóstolo é muito estigmatizado. Na Divina Comédia ele é enfiado de cabeça para baixo na boca de um monstro. Ninguém é e pode ser a caricatura do mal absoluto.
Você tem duas chances para perdoar Judas. Sábado, às 21h, e domingo, às 18h.