
O Inter precisa de mais do que um técnico. Precisa de um mergulho interno e de revisão na forma como se estruturou no vestiário. A eliminação do Juventude foi só o desfecho previsto de um confronto em que o Inter foi inferior em todo o tempo. Aliás, o Juventude começou a tirar o Inter dos trilhos lá no final de março e terminou agora, nesta metade de julho enregelada. O descarrilamento de agora, podem ter certeza, se iniciou na semifinal do Gauchão. Ali, a harmonia de vestiário se perdeu. Assim como fissuras surgiram e não foram fechadas.
O Inter precisa resgatar a coesão de vestiário e aparar pontas que ficaram salientes. Isso não se consegue apenas com a busca por Roger ou Fernando Diniz, os cotados para substituir Coudet. Será preciso reorganizar o departamento de futebol e encorpar o vestiário. Magrão virou a figura única. A gestão precisa revisitar seu projeto original e resgatar dali alguns pontos. Esse é o começo da retomada.
Não adiantará de nada trazer um técnico sem cercá-lo de uma estrutura robusta no entorno dele. Até para que o ajudem a detectar sutilezas no vestiário e no compartilhamento das aflições. Um outro ponto a ser atacado é o aspecto mental dos jogadores. O longo período de oito anos sem conquistas, mesmo que esse grupo seja novo, acaba se tornando um fardo.
O ambiente inteiro do Inter está angustiado e incomodado pela ausência de títulos. Há uma pressão imensa da torcida, que chega aos jogadores, direção e comissão técnica de uma forma ou outra. Esse ponto precisa ser atacado. Faz tempo. É preciso se convencer de que o tripé da preparação no esporte de elite tem as partes técnicas e táticas, mas não se sustenta sem um cuidado com o mental.
Tudo isso precisa estar premiado neste momento de definição de rumo que o Inter vai dar em 2024. O treinador é a parte mais vistosa, mas é apenas uma parte do todo.