Pepê pode ser o "camisa 5" de Renato contra o Fortaleza. Lendo assim, rapidamente, causa espanto. Mas o carioca criado em Lins de Vasconcellos, bairro próximo ao Maracanã, meia de origem no Flamengo, já faz essa figura no Grêmio.
Em muitos momentos do jogo, é Pepê quem vem buscar a bola nos pés dos zagueiros e iniciar as jogadas desde trás. Também é comum ele recuar e ocupar a posição de centromédio para liberar Villasanti e Carballo, ambos com características de infiltração.
No modelo adotado por Renato com um tripé no meio-campo, todos do setor são volantes e meias ao mesmo tempo. Não há um jogador com função única. Inclusive, essa troca de posição constante é uma das armas para confundir a marcação adversária. Para sábado, em Fortaleza, estão à disposição Pepê e Carballo do trio.
Se Renato completar o setor com Ronald, repete o formato e características, embora Villasanti tenha mais pegada. Em alguns jogos, quando troca peças para deixar o time mais agressivo no ataque, Renato costuma sempre tirar um dos meio-campistas e colocar extrema, no caso Ferreira. Ou acionar Galdino, cuja força para sair de trás fez dele um jogador que atue mais por dentro. Em ambos os casos, Pepê acaba ficando mais recuado, atuando alinhado com outro volante ou sendo o vértice mais recuado.
Pepê chegou ao Flamengo com 10 anos. Sempre foi tratado como promessa. Para um meia, isso significa no Rio vestir a camisa 10 eternizada por Zico. Sua estreia, em 2018, foi usando-a e fazendo gol. Pepê estava na Copa SP em janeiro daquele ano e foi chamado para reforçar o time B que iniciaria o Carioca. Sua estreia teve gol com chute de fora da área no 2 a 0 sobre o Volta Redonda.
Naquele ano, o Flamengo ganhou a Copinha. Na metade da temporada, ele foi emprestado ao Portimonense. Na Europa, deixou de ser meia para virar meio-campista. Foi no Cuiabá, porém, a partir de 2021, que ele passou a atuar como um jogador que conecta as duas áreas. Foi isso, aliás, que fez Renato indicar sua contratação ao Grêmio. Aliás, um dos grandes acertos deste 2023.