São dois jogos, duas vitórias e sete gols. Esses números mostram um Inter já mais afinado, mas ainda longe de encher os olhos. A goleada de 3 a 0 sobre o Ypiranga, nesta tarde de feriado, agradou o torcedor, promoveu uma comunhão entre time e arquibancada no final da partida e isso foi o grande ganho. Há ajustes a serem feitos, mas é infinitamente melhor fazê-los em um ambiente tranquilo e com a leveza que trazem as vitórias.
Mano Menezes sabe que este seu Inter ainda está distante daquele dos melhores momentos de 2022. Há uma dificuldade, que não é de hoje, quando o time precisa assumir o protagonismo no jogo. Isso se repetiu em alguns momentos da partida desta quarta. Porém, há de se valorizar que, em nenhum momento, houve acomodação. O Inter buscou sempre, procurou sair com rapidez e verticalidade, em sua principal característica.
O gol no início ajudou e mostrou uma faceta deste Inter, de marcar com afinco e forçar o adversário. Pedro Henrique só fez o gol porque pressionou os zagueiros do Ypiranga ao erro. Aliás, Pedro Henrique é um capítulo à parte neste Inter do começo de 2023. Mesmo fora de posição, atuando como o jogador mais avançado, ele mantém seus níveis de atuação. É um jogador de temperamento, que atua sempre em função do gol. Não é de graça que chegou ao quarto neste Gauchão e isolou-se como goleador.
Porém, é bom que todo o contexto colorado tenha isso em mente, trata-se de uma situação emergencial. Pedro Henrique é jogador de flanco, do arranque, da vitória pessoal com drible em velocidade. Os gols e as finalizações são virtudes agregadas. Mas está claro que a elevação de régua do Inter passa, necessariamente, pela chegada de um centroavante de hierarquia. Não só dele, o time precisa de mais nomes que o ajudem a se encorpar e permitam a Mano uma variação maior. Para encarar o Ypiranga ou o São Luiz, como nos últimos dois jogos, o Inter atual é suficiente. Mas a temporada exige bem mais.