O Catar se despediu da Copa. Ainda terá sua última dança, contra a Holanda, mas será apenas para desfrutar um pouco mais da festa que ele próprio organizou. A derrota de 3 a 1 para Senegal, ao menos, marcou o primeiro gol catari na história das Copas. Um lindo gol, aliás, surgido de uma inversão de bola de 50 metros, domínio do extrema e cruzamento preciso para o cabeceio de Mohammed Muntari, ganense de nascimento, catari por opção. O primeiro gol dos anfitriões retrata bem o que é esse país, uma mistura de culturas, raças e religiões.
Foi o que restou para a torcida de thobe e guthra que lotou o estádio e cujo branco das vestimentas confundiu quem via pela TV, dando a impressão de que estava vazio o Al Thumama Stadium. Para os senegaleses, a vitória os deixou dependendo apenas de si para se classificar. Na última rodada, podem fazer até um confronto direto contra o Equador, que fecharia a segunda rodada do Grupo A contra a Holanda.
Chamou a atenção o cansaço dos senegaleses no segundo tempo. O ritmo caiu tanto que o Catar descontou e se ensaiou para buscar o empate. Foi preciso que o técnico Aliou Cissé fizesse as cinco trocas para repor a energia. Camarões, outra seleção africana, havia mostrado o mesmo problema em seu jogo contra a Suíça. Na parte técnica, Senegal mostrou que mané faz muita falta. Embora tenha jogadores de altíssimo nível, como Mendy, Koulibaly, Gueye e Diatta, um dos grandes jogadores africanos do momento deixou um buraco na equipe. É possível sonhar com a vaga, mas também é preciso jogar mais para isso.