Há alguns jogos que marcam uma caminhada. A derrota de 2 a 0 do Grêmio para o CRB será aquela que deixará a Série B tatuada na alma dos torcedores. Pelo roteiro da partida, que teve dois gols de goleiro e o adversário com um a menos por 80% do tempo, e pela atuação assustadora do time. Ela foi quase um Raio-X do que é a realidade do Grêmio e um alerta para 2023, em que estará na Série A de volta e precisará elevar a sua régua de forma substancial.
Foi uma noite de sábado que bateu forte na alma do torcedor. O Grêmio passou três quartos do tempo do jogo com a bola nos pés. Deu três chutes no gol. No segundo tempo, quando o CRB se entrincheirou na frente do seu goleiro, deu um deles.
Para se ter uma ideia do quanto o Grêmio teve um domínio inócuo em Maceió, ele trocou 623 passes certos, contra 33 do CRB. Tudo isso para, repito, dar três arremates no gol. Se há um consolo para o torcedor, é que de essa noite de sábado pavorosa em nada afetará a caminhada de volta para a elite. A questão nem é mais se o Grêmio subirá, mas quando isso se cristalizará, em qual rodada.
Porém, quando um time passa mais de 70% do tempo com a bola e não ameaça em nenhum momento um adversário com 10 jogadores, ficam escancaradas suas limitações técnicas. É por isso que a noite em Maceió está proibida de ser esquecida. Ela mostra o quão fundo foi o Grêmio no rebaixamento de 2021 e o quanto precisará fazer não para subir até a superfície, já que isso é certo. Mas para retomar seu lugar no cenário brasileiro há um longo caminho ainda a ser cumprido. O acesso, quase garantido, é só a metade dele.