Jean Pyerre foi anunciado pelo Avaí, nesta segunda-feira (11). O clube publicou um vídeo em que confecciona a carteira para o seu sócio de número 9 mil, o próprio meia. No mesmo dia, o Corinthians avisou ao mercado que está disposto a seguir pagando parte do salário de Luan para que ele siga sua carreira fora do clube.
Não estou aqui comparando comportamentos. Longe disso. Mas Jean Pyerre precisa, neste começo de trajetória em Florianópolis, olhar com atenção o que aconteceu com Luan nas últimas três temporadas e suar todos os dias em treinos e jogos para evitar que sua história siga o mesmo roteiro.
Jean Pyerre surgiu como um facho de luz em um futebol brasileiro incapaz de produzir camisas 10. Porém, sua luz foi perdendo força. O que é uma frustração para quem, como eu, torceu tanto pelo sucesso dele. Jean simbolizava um futebol que já não vemos mais. E paramos de ver nele depois daquela lesão muscular mal curada do final de 2019.
Não foi só a lesão, é bom que se diga. Jean acabou enredado em conflitos que ele criou na sua cabeça. Muitos deles motivados por um ambiente interno no Grêmio que ajudou a se perder ainda mais em um labirinto mental. Tomara os ares marinhos do sul da Ilha de Santa Catarina o ajudem a desanuviar e o deixem leve para resgatar seu melhor futebol. O mesmo que fez um Palmeiras pré-Abel Ferreira oferecer Rony, Scarpa, Raphael Veiga e Diogo Barbosa por ele. Que fez também dirigentes do Monaco virem observá-lo de perto e olheiros de clubes europeus o colocarem em seus radares.
Jean precisa ter consciência de que não está indo jogar no Avaí. É bem mais do que isso. Esse empréstimo representa uma encruzilhada para quem, no próximo dia 7, completará 24 anos. Ou ele joga e mostra tudo o que sabe, ou corre sério risco de repetir o roteiro de um dos mais talentosos jogadores surgidos na Arena nos últimos tempos e que, agora, está sendo oferecido pelo Corinthians. Que paga até parte do salário para vê-lo seguir seu rumo.