A eleição sem fim. Recebi a informação de que a chapa derrotada na corrida presidencial do Inter teve deferido um pedido de liminar para que se comprove a lisura do pleito. A votação foi realizada há um ano, mais precisamente no dia 15 de dezembro de 2020.
A ação que chegou ao Beira-Rio foi movida em conjunto pelo candidato derrotado, José Aquino Flôres de Camargo, por integrantes da sua chapa, como Eduardo Hausen e Ubaldo Licks, que concorriam ao Conselho de Gestão, e Roberto Siegmann, que seria o homem forte do futebol. Assinam a ação ainda outros conselheiros que apoiaram Aquino em 2020.
No despacho, o juiz de plantão da 4ª Vara Cível de Porto Alegre determina um prazo de cinco dias para que o Inter entregue a lista dos votantes, com o número de matrícula de sócio, endereço de e-mail, número de celular, IP do dispositivo usado para votação e o horário em que votou. O juiz também acatou o pedido de prova pericial no sistema de votação do Inter, no site da empresa em que estava armazenada a lista de sócios aptos e também em outros subdomínios relacionados ao pleito.
As duas empresas contratadas para hospedagem e armazenagem dos dados da eleição também foram citadas e devem disponibilizar acesso ao perito designado pelo juiz. O objetivo, escreve no despacho, é averiguar se os sistemas usados pelo Inter na eleição eram seguros, se os sócios no cadastro estavam mesmo aptos a votar, se o sistema permitia incluir ou retirar associados da lista eleitoral, se era possível direcionar votos para um dos candidatos, se o sistema de verificação por SMS acabou usado para veicular propaganda eleitoral e, por fim, se o certificado de segurança foi instalado já com a votação em andamento.
Nesta segunda-feira, o Conselho Deliberativo do Inter se reúne pela última vez em 2021. A pauta prevê a votação do orçamento para 2022. A reunião, como se vê, promete e verá entrar em debate a eleição que foi realizada há um ano. Mas, para infortúnio do clube, parece ainda não ter acabado.