Vão longe os anos dourados do Vitória. O clube passa por um período de crise política e, como sempre acontece no futebol, isso acaba afetando o campo. Paulo Carneiro, histórico e polêmico dirigente, voltou ao cargo em abril de 2019. Ele estava distante do Barradão desde 2005, quando o Vitória caiu para a Série C.
Fato é que nenhum dos três presidentes que antecederam a volta de Carneiro terminou o mandato. Essa convulsão fez o Vitória decair. Em 2016, escapou da queda na Série A graças a Marinho. Ela veio em 2018. Nas últimas duas temporadas, o clube lutou contra o rebaixamento na Série B.
A crise política segue. Há duas semanas, o Conselho Deliberativo criou uma comissão especial para investigar a atual gestão de Carneiro. O problema está em uma série de ações que envolvem o Vitória, o Vitória S/A e o próprio Carneiro — nas quais eles estão como réus e autores.
O Vitória S/A foi uma empresa criada no começo dos anos 2000 para gerir o futebol do clube. Carneiro era um dos sócios. O Vitória abandonou o projeto S/A, mas a empresa segue ativa, pelas dívidas que tem. Carneiro é o presidente dela.
Como tem ações dele cobrando a Vitória S/A e vice-versa, o Conselho decidiu investigar a fundo a atual gestão. Carneiro pediu licenciamento do cargo na S/A, mas segue no comando do clube. Uma salada só.
O caldo disso é que o Vitória completou neste 2021 a quarta temporada sem ganhar um título, o que não acontecia desde os anos 1980. A formação de jogadores, que revelou nomes como Hulk e David Luiz, por exemplo, deixou de ser marca. A última grande venda foi a de Lucas Ribeiro, hoje no Inter. Rendeu R$ 14,5 milhões em 2019, a maior transação de um clube nordestino.
O time atual tenta retomar o lançamento de novos jogadores. Pedrinho, lateral-esquerdo de 19 anos, e os atacantes David e Samuel figuram no time atual, comandado pelo ex-lateral Rodrigo Chagas, cria do Barradão. Rodrigo assumiu como interino, salvou o time na Série B e iniciou o ano. Desde 2018, com Vágner Mancini, o clube não repetia o técnico do Estadual na Série B.
