Mais do que a classificação para as oitavas de final da Libertadores, a noite contra o Always Ready representa o começo da fase 2 do trabalho de Miguel Ángel Ramírez no Inter. Passado o Gauchão e os primeiros 90 dias sob o comando do espanhol, há análises elaboradas, observações feitas sobre jogadores no aspecto técnico e na adaptação ao modelo de jogo e detecção de que passos serão necessários dar para um começo de Brasileirão sem sobressaltos.
Ramírez também pode começar nesta noite a consolidar um novo sistema de jogo. Alguns movimentos usados no Gre-Nal da final do Gauchão talvez sejam repetidos nesta partida contra os bolivianos. Mesmo sem Yuri Alberto, suspenso, a ideia de usar dois centroavantes pode ser repetida com a entrada de Guerrero ao lado de Thiago Galhardo.
A adoção desse sistema exige encaixes. Palacios, de boa atuação no clássico, foi um jogador mais central do que lateralizado. Atuou numa linha atrás dos volantes gremistas e, por ali, mostrou bom rendimento. Nesta quarta-feira, porém, haverá Taison, que voltou ao Inter como um meia.
Porém, diante das circunstâncias de um adversário de menor quilate, com o Always, a experiência pode ser válida, com Taison ocupando o lugar que foi de Nonato no Gre-Nal e mais próximo de Edenilson. A entrada de Saravia na lateral direita é mais um passo adiante nesta construção de time.
Rodinei se despedirá do Inter na próxima segunda-feira, o que fará do argentino um novo titular e, mais do que isso, um acréscimo de qualidade ao setor. Enfim, serão os primeiros passos de uma nova etapa do trabalho do espanhol. Tendo como pano de fundo a noite para confirmar o primeiro lugar do Grupo B da Libertadores.