Os guris do Grêmio conheceram sua primeira derrota. Foi amargo, mas é preciso tirar lições porque a virada do Juventude veio em erros individuais. É verdade que, em todo a partida, eles não foram superiores em nenhum momento aos caxienses.
Encontraram um jogo mais pesado porque o adversário tinha mais qualidade que os anteriores e adotou como estratégia vigiar seus principais jogadores, principalmente, Ferreirinha e Pedro Lucas. Ferreirinha, em um dos raros momentos em que não teve a marcação dobrada, criou a situação do gol. Aliás, esse lance, o último antes do intervalo, resume bem a dificuldade do jogo.
Porque o arremate de Ferreira só entrou porque desviou nas costas de Ricardinho. Foi um acidente, a história da partida era mesmo para 0 a 0 naquele primeiro tempo. O rendimento seguiu no mesmo padrão no segundo tempo. Mas, aí, vieram os erros individuais. Contra um adversário mais pronto que os anteriores e que inicia a temporada com o Brasilierão no horizonte, isso custou caro.
No primeiro gol, houve um desencaixe da marcação. O Juventude trocou passes pela esquerda, Vanderson saiu para ocupar o espaço deixado por Darlan e deixou Eltinho com liberdade para cruzar. Quando encurtou o espaço, a bola já havia viajado para encontrar a cabeça do bom centroavante Matheus Peixoto, com 1,90 m de altura. Aqui, houve vacilo de Rodrigues, que perdeu a disputa.
O segundo gol teve um erro mais claro. O Grêmio trocou passes pela esquerda, próximo da linha do meio-campo, e Lucas Araújo deu curto demais para Cortez. O que permitiu a Castilhos arrancar livre para o meio e acionar Marcus Vinícios, que acabou sofrendo pênalti de Vanderson, convertido por Eltinho. Foram dois erros decisivos, mas eles não significam que os guris tenham de ser tatuados por eles.
Erros acontecem até com jogadores renomados e com Copa do Mundo no currículo. O que fica desta noite em Bento é que eles aprendam a lição. Aliás, o começo do Gauchão serve justamente para isso.
O lançamento deles neste começo do Estadual acontece justamente porque, neste momento, o lastro para absorver erros é maior. Vale isso também para Brenno, que não teve culpa nos gols, mas mostrou vacilação numa saída do gol outra vez.
A noite, é bom frisar, teve também boas novas. Ferreira foi, de novo, a grande individualidade. No lado direito, Léo Pereira é rápido e potente. Ruan, mais uma vez, foi um zagueiraço. Ricardinho, embora o gol tenha sido acidental, mostrou que é afeito ao gol, e isso em um atacante tem valor de ouro.
Para finalizar, Thayllon, o guri garimpado no São José, e Bobsin entraram no segundo tempo e mostraram desenvoltura. Bobsin tem bom porte físico e acelerou o jogo sempre. Precisa de mais minutos. A questão é se eles virão, agora que os profissionais já se afiam para iniciar o 2021.