Foi quase uma experiência de intercâmbio para a gurizada do Grêmio. O confronto contra o Ayacucho estava definido pelo 6 a 1 da Arena, mas a partida em Quito valia muito para a gurizada. Afinal, era jogo que valia vaga na próxima etapa da fase preliminar da Libertadores, contra um adversário de outro país e, o principal, com as armadilhas da altitude de 2,8 mil metros de Quito. A melhor notícia é que os guris se saíram muito bem na passagem pelos Andes. Venceram os peruanos e muitos deles deixaram uma boa impressão.
Começamos pelo goleiro Brenno, o novo titular de luvas. O Ayacucho testou-o o primeiro tempo inteiro. Principalmente, o meia Ardiles, o craque do time. Ele pegava a bola na intermediária, enquadrava o corpo e pimba. Brenno foi seguro em todas. No segundo tempo, ainda vez uma grande defesa em cobrança de falta feita da meia-lua.
Os zagueiros também deram conta do recado atrás e ainda colaboraram diretamente nos gols. No primeiro, Rodrigues deu um passe de meia, em profundidade, para o gol de empate, de Ferreira. No final do segundo tempo, Ruan foi à frente, tabelou e cruzou para Ricardinho fazer o 2 a 1.
No meio, Lucas Araujo teve dificuldades com a altitude. Tanto ele quanto Darlan só encurtaram os espaços no segundo tempo. Só que Araújo sentiu uma lesão muscular aos 15 minutos e saiu. Foi quando entrou um jogador para ficarmos de olho. Fernando Henrique, 20 anos, 1m80cm, mostrou pegada e boa saída.
Na frente, Ricardinho participou pouco. Até porque a equipe o acionou pouco. Foram duas chances. Na primeira, aos 36, fez o movimento certo para encontrar o espaço e chutou por cima. Na segunda, aos 40, fez o gol. Um jogador de área, com esse aproveitamento, precisa ser bem observado.
A grande notícia da noite em Quito, na verdade, já não é tão nova. Ferreira mostrou personalidade e confiança de quem está caminhando firme para pleitear lugar no time. O gol foi em sua característica, com drible e chute cruzado. Mas ele foi o jogador do desafogo e do lance individual. Parece estar pegando a camisa que Pepê deixará. Aliás, ele é o símbolo deste projeto gremista de aproveitamento da base.