Faltou um gol. Sobraram dor, consternação e tristeza para o Inter. Nunca o tetra brasileiro esteve tão perto. A derrota do Flamengo no Morumbi, consumada desde o começo do segundo tempo, deixou por um gol no Beira-Rio a conquista do título. Só que o gol não veio.
Faltou um gol, mas também faltou ao Inter um pouco mais de luz para tornar a transpiração possível de desatar nós como este feito pelo Corinthians. Ou aquele feito pelo Sport, há três semanas. O Inter, que sempre foi poderoso em casa, deixou escapar a taça justamente em dois jogos no Beira-Rio.
Haverá, claro, as contestações à arbitragem. Houve o pênalti de Ramiro, que será discutido por muito tempo. A bola bateu no braço do meio-campista de forma tão clara que dava para ver lá da Zona Norte. Mas trata-se de questão de interpretação, a mesma usada para a expulsão de Rodinei lá no Rio e que, em outra vez, veio a favor.
Não foi por isso que o Inter deixou escapar o título. O time foi no seu limite, jogou quase o tempo todo no campo do Corinthians, tentou com todas as suas ferramentas. Mas elas foram insuficientes. Faltou alguém que resolvesse em um lance, faltou alguém que tirasse a jogada decisiva da cartola.
Nesta noite, faltou o jogador que decidisse. Mas do amargor deste título perdido dá para extrair perspectivas positivas. Praxedes, podem apostar, será esse jogador desequilibrante. Mais forte e mais maduro, fará a diferença. Assim como Yuri Alberto, que já é realidade.
Peglow, Heitor, Johnny, a lista de promessas é grande. Futebol é um processo lento e cheio de pedras pontiagudas no caminho. O Inter já cumpriu boa parte desse caminho. Tem base bem montada, garotos surgindo e precisa, apenas, de pequenos ajustes e alguns acréscimos para fazer, desta noite dura, só uma das lições que precisou aprender pelo caminho.