Leandro Fernández, o atacante indicado por Eduardo Coudet para o Inter, surgiu na Argentina como uma grande promessa. Em 2008, com 17 anos, despontou no Defensa y Justicia, na época um clube de bairro de Buenos Aires que ainda perambulava pelas divisões menores da Argentina.
Fernández até teve algum brilho, principalmente, no Independiente. Mas não é só por isso que ele ganhou notoriedade por lá. O novo atacante do Inter é o primogênito de uma família de cinco jogadores: Brian, atacante, atualmente no Colón, Nicolás, meia-atacante do San Lorenzo, Juan Cruz e Tomás, esses dois últimos meia-atacantes que optaram por carregar o sobrenome da mãe, Villagra, e estão no time B do Defensa y Justicia.
Aliás, o Halcón, como é chamado o clube de Florêncio Varela, distrito ao sul de Buenos Aires, foi a casa que acolheu todos os Fernández. Nascidos e criados na periferia de Santa Fé, os Fernández tiveram uma vida espinhosa até Leandro triunfar no futebol.
Ao total, eram em 10 irmãos. Foi com o sucesso do primogênito, por exemplo, que casa da família foi reformada, e eles puderam terminar com a escala que faziam pelo único ventilador da casa. Santa Fé, no verão, tem temperaturas que passam fácil dos 40ºC. Leandro instalou um ar-condicionado na nova cozinha, e ali todos dormiam o sono dos justos.
Os três Fernández mais velhos chegaram a fazer uma pré-temporada juntos, no Defensa, em 2014. Semanas depois, Leandro foi emprestado ao Comunicaciones, da Guatemala. Brian e Nicolás seguiram no Defensa. Brian luziu no Racing, mas teve problemas de adição à cocaína e acabou flagrado no doping.
Passou seis meses em reabilitação numa clínica em Tijuana, no México em 2016. Voltou e brilhou no Necaxa e no Portland, onde teve o contrato rescindido por não cumprir o Programa de Abuso de Substâncias e Saúde Comportamental (SABH) da MLS. Hoje, ele é um dos principais nomes do Colón.
Nicolás foi o grande nome do Defensa nas boas campanhas na Copa Sul-Americana 2018 e no vice argentino. No começo deste ano, ele foi vendido ao San Lorenzo, que pagou 2 milhões de dólares por metade dos direitos. Resta agora esperar pelos próximos dois da família. Em entrevista ao Olé, Nicolás apontou Brian como um jogador de seleção se não houvesse caído nas armadilhas da vida. Mas apontou o caçula David como o craque da família.