O Grêmio ganhou uma versão para grama sintética. Em setembro, o clube estreará sua equipe de futebol 7. Mas não vá pensar que se trata daquele time como o seu, que se reunia no velho normal toda a semana para bater uma bolinha. Nada disso. O esquema gremista é profissional. Tão profissional que, para encarar a temporada, vieram ninguém menos do que o melhor do mundo na modalidade em 2018, o pivô Vassoura, os campeões brasileiros pelo América-RJ Iago, Luan e Rafa Neguinho, e um campeão da última Copa do Brasil pela Chapecoense, Bilo.
Aliás, esse título veio justamente em cima do Grêmio. A competição, no início do ano, foi uma espécie de evento teste para a parceria entre o clube e o empresário Fernando Matos. Apaixonado por futebol e gremista de carteirinha, Matos era o dono do BCF, time de sua empresa e que disputava competições estaduais com relativo sucesso. No começo do ano, apresentou o plano de criar na Arena uma equipe da modalidade. O projeto, agora, ganhou forma.
As metas são ambiciosas. Começam agora, em 13 de setembro, com o Estadual organizado pela Futebol Sete Brasil. A entidade é presidida pelo ex-atacante gremista Rodrigo Mendes, dono de um complexo esportivo na Zona Norte de Porto Alegre. Depois, virá o Campeonato Brasileiro, que contará com camisas tradicionais do futebol brasileiro, e a temporada se encerra em dezembro, com a Liga das Américas, uma espécie de Libertadores da modalidade. A competição será nas instalações de Rodrigo Mendes, que receberá uma estrutura de arena com capacidade para 3 mil pessoas.
O Grêmio já se prepara para a temporada. A estrutura é profissional e em nada difere daquilo com que os jogadores de futebol e futsal profissionais contam. O grupo montado por Matos conta com 25 jogadores, além de uma comissão técnica completa, com técnico, preparador físico e preparador de goleiros, além de departamento médico. Os treinos ocorrem quatro a cinco vezes por semana em uma quadra na Zona Sul. Toda essa estrutura é bancada pelo empresário. Pela parceria fechada com o Grêmio, 20% dos valores dos patrocínios serão usados por ele para bancar custos. O restante vai para o caixa o clube.
Matos não detalha a parte financeira. Mas os valores pagos aos jogadores, na média, são equivalentes ao que receberiam em um clube do Interior. Aliás, em seu grupo, há alguns egressos do Gauchão. O investimento é alto. Nos últimos dias, uma van zero quilômetro foi comprada e adesivada com o escudo do Grêmio para as viagens mais curtas. Até o começo do Brasileirão, um ônibus será adquirido. Como o Brasileiro é geralmente disputado em Rio ou São Paulo em um período determinado de dias, será nele que os jogadores viajarão.
Grande estrela do grupo, Vassoura virá especialmente para a abertura do Gauchão e para o Brasileiro. Vinculado ao time de futsal do Al Arabi, dos Emirados Árabes, ele também defende nas quadras a seleção do Azerbaijão. É com ele e a base da equipe que levava o nome de sua empresa que Matos pretende realizar o sonho de infância: ser campeão com a camisa do Grêmio.