O Grêmio colheu com a classificação antecipada o luxo de fazer da última rodada um laboratório de observação. Renato deu vez para nomes como Orejuela, Patrick e Isaque e rodagem para Darlan, Guedes e Luciano.
É preciso descontar as faltas de ritmo e entrosamento e também as dificuldades causadas pelo gramado da Arena Alviazul. Mas, ainda subtraindo isso, sobram motivos para Renato direcionar um olhar mais atento para o grupo. Há carências que ficarão mais evidentes numa temporada cravejada de jogos como será esta pós-pandemia.
Principalmente, no que diz respeito a peças ofensivas. Luciano está longe de tranquilizar a torcida como solução imediata do ataque. Primeiro, porque não tem as mesmas características de Diego Souza e seu ingresso exige um ajuste, embora pequeno. Luciano é atacante, pode ser meia-atacante até.
Mas está longe de ser centroavante, como aqueles que Renato e seu time gostam de usar. Depois, porque, em quase um ano de Arena, está longe de mostrar as credenciais que fizeram o clube buscá-lo no Fluminense. A impressão é de que lhe falta o encaixe ao time capaz de fazê-lo deslanchar.
Não foi à toa que, ao final da partida, Renato deu a declaração capaz de provocar calafrios na torcida: se a direção decidir recolocar André nos planos, vai utilizá-lo pela carência existente na posição e pela quantidade de jogos ali na frente.
A tendência, no entanto, é de uma ida do clube ao mercado para buscar um outro camisa 9. O técnico também mencionou necessidade de mais um lateral-esquerdo. Pelo cenário atual, esse pedido é de um jogador do quilate de Caio Henrique, alguém que venha com status de titular. Se for um nome apenas para fazer sombra a Cortez, me parece demasia. Para isso há Guilherme Guedes, que deu boa resposta nestes primeiros três jogos.