Não foi unânime, mas foi a decisão mais sensata e correta a ser tomada. O Gauchão para por 15 dias como medida preventiva ao coronavírus. Não havia sentido, mesmo, em seguir com o futebol como se estivesse numa bolha, enquanto o mundo trava uma guerra contra uma pandemia. Estamos diante de uma ameaça real, que precisa ser tratada com o grau de gravidade que tem. Trata-se de um problema de saúde, de vida.
E nada se sobrepõe à preservação da vida. Nem o orçamento ajustado, em que 15 dias (ou mais) extras no calendário demandarão um milagre financeiro. Aimoré, de forma mais candente, Caxias e Esportivo defenderam a continuidade do campeonato, com portões fechados. Pensaram na sobrevivência deles, enquanto o mundo grita por um pensamento coletivo que perdemos faz tempo. Aliás, aqui um parêntese: eu sonho que, vencido o coronavírus, fique a herança a lição de que sejamos menos individualistas.
A postura do Aimoré, do Caxias e do Esportivo, mesmo que fora do script para o momento, sinaliza que há a urgência de um plano de contingência para evitar que o futebol do Interior se esfarele na esteira dessa pandemia. Embora a FGF tenha determinado 15 dias de suspensão do Gauchão, estaria longe de ser absurdo prever que o futebol leve bem mais tempo do que isso para ser retomado.
Grêmio e Inter, com seus orçamentos e suas realidades financeiras milionárias, são capazes de absorver um longo inverno. Que se for muito rigoroso pode liquidar com algumas das camisas mais tradicionais do nosso futebol se um plano com medidas preventivas não for delineado.