É bom você se preparar, torcedor de Grêmio e Inter, para a mudança que começa a vigorar em janeiro. O novo contrato de TV assinado pelos clubes da Série A impactará com força em seus fluxos de caixa e no nosso mercado do futebol. Haverá repercussão nos investimentos em contratações, por exemplo.
Pelo acordo atual, que expira em dezembro, as cotas anuais eram pagas em 12 meses, o que facilitava na elaboração do orçamento. A partir de janeiro, os clubes seguirão recebendo mês a mês, mas apenas 40% do montante. Outros 30% dependerão da exposição do clube nas telas. Quanto mais jogos ao vivo nas TVs aberta e fechada e mais pacotes de pay per view vendidos, maior a fatia. Outros 30% estarão atrelados à performance no Brasileirão.
O ponto que provoca calafrios nos departamentos financeiros dos clubes é que a única certeza está nos 40% da cota fixa. As demais serão variáveis e, o principal, entrarão apenas ao final do ano.
O vazio de receita da TV no primeiro semestre preocupa. A coluna consultou o diretor executivo de finanças do Inter, Giovane Zanardo, sobre a mudança. Segundo ele, a tendência é de que tenhamos uma nova fotografia, com cada clube nestes primeiros meses em busca de formas de readequar o fluxo de caixa. Algumas saídas, aponta, seriam renegociações com fornecedores, empréstimos bancários ou venda de um jogador na janela do inverno europeu, geralmente mais tímida. Segundo o executivo, o 2019 será de "mudança de paradigma".
O Inter ainda tem mais uma particularidade para 2019. O acordo com a Rede Globo vale apenas para TV aberta e pay per view. Na TV fechada, o clube assinou com a Esporte Interativo, para as temporadas 2019/2020. No acordo, também há divisão conforme rendimento e visibilidade. O Inter receberá cota fixa de 50% do valor em parcelas. A outra metade será variável, com 25% atrelados à classificação e outros 25% à exposição nas telas.