Foram poucos minutos de treino aberto. Apenas 15. Menos ainda para mim, para o Diogo Olivier e para o Zé Alberto Andrade, que saímos direto de Sochi para o Estádio de São Petersburgo, em um mix de avião, ônibus e metrô, que, aliás, nos deixou quase na cara do gol, dentro do campo. Funciona de forma tão maravilhosa que nos fez suspirar e imaginar quantas décadas ainda levaremos para ter um em Porto Alegre.
Mas voltamos ao treino. Tite deu treino mesmo, ao seu estilo. Quando chegamos à tribuna, ele estava aos gritos, que ecoavam e chegavam bem audíveis lá no quinto andar do estádio. Exigia marcação sob pressão do ataque, sufocando os zagueiros na linha da grande área.
O que Tite pretende evitar é a ligação direta da defesa para o centroavante Marcos Ureña, me confidenciou um dos auxiliares técnicos da Seleção. Com 1m81cm, Ureña costuma pentear a bola ou tentar encostá-la para quem vem de trás. Dificilmente, a Costa Rica sai jogando por baixo, com trocas de passes, usando Bryan Ruiz e Celso Borges, os meias de articulação.
Os atacantes estão orientados a, além de marcar, costurar muito o jogo, buscar os passes e as movimentações. Os costarriqueños usam linha de cinco zagueiros e, à frente deles, uma linha de quatro meio-campistas. Ou seja, um retrancão daqueles. Será necessário ter muita paciência e, principalmente, a qualidade de Neymar e Coutinho para quebrar a marcação.