Mesmo que Odorico Roman garanta que sua saída estava anunciada ao presidente Romildo Bolzan Junior desde a volta de Abu Dhabi e que gestava a ideia desde julho, é inegável a surpresa geral com a notícia. No domingo, Odorico esteve no Zona Mista, da Rádio Gaúcha, por quase uma hora.
Casualmente, sentei-me ao seu lado durante a entrevista. Nela, ele respondeu sobre as negociações para a temporada, traçou perfis de jogadores procurados e descartou nomes, como os dos centroavantes Jonathan Álvez e Zampedri. Também apostou alto no meia-atacante Tony Anderson, de 20 anos, envolvido na transação de Edilson com o Cruzeiro. Ou seja, Odorico estava à frente de todas as negociações e engajado ao planejamento para 2018. Por isso, a surpresa geral com a saída do dirigente.
Nesta segunda-feira, logo depois de anunciada pelo site oficial do Grêmio a saída de Odorico Roman, voltamos a conversar com ele na Rádio Gaúcha. Me chamou a atenção a sua emoção ao comentar a saída.
Em determinado momento, Odorico chorou ao comentar o sonho realizado de comandar o futebol do clube do coração e ao registrar o apoio recebido nas redes sociais e de amigos. As lágrimas deixam claro o quão pesado foi para ele deixar o cargo.
Conversei com dirigentes próximos de Odorico. Todos garantiram que a saída não foi motivada por divergências internas com Renato ou qualquer outro dirigente. Tampouco passou pelo desconforto causado com a situação com Edilson, que usou palavras de baixo calão ao se referir a ele em um áudio vazado do WhatsApp. A razão seria pessoal, relacionada a questões familiares.