Um dos momentos de destaque foi o posicionamento firme da Secretária da Causa Animal de Porto Alegre, Fabiana Ribeiro, que garantiu, sem dar data, que a prefeitura está comprometida em cuidar de todos os animais que estão em abrigos na capital:
— O município tem o objetivo de assumir a tutela desses animais até que sejam adotados.
Fabiana destacou a dificuldade em encontrar locais apropriados para os cerca de 1400 cães e gatos, enfatizando a importância de um ambiente propício para o bem-estar dos animais. Apesar de já ter identificado um local na Zona Norte da cidade, ela preferiu não revelar o endereço, enquanto não assinar o contrato.
— Eu encontrei um local na Zona Norte muito legal, mas eu não posso dizer — respondeu.
O otimismo da secretária, no entanto, foi contrastado pela preocupação de duas ativistas da causa animal presentes ao debate. Tanto Mariana Teixeira, coordenadora da ONG Vets de Rua, quanto a coordenadora do abrigo Centro Vida, o maior de Porto Alegre, Camila Wood, demonstraram apreensão com o anúncio e ponderaram a dificuldade de concentrar um número tão grande de animais em um ou dois locais. Enquanto essa ideia não avança, ambas cobraram apoio do poder público, destacando a necessidade de profissionais especializados para os abrigos neste momento.
— Poderia haver a contratação de adestradores, pessoas para cuidar da parte administrativa, precisamos de uma assessoria jurídica e gestão de pessoas — explica Camila.
O governo do RS foi convidado a participar do programa, mas não conseguiu enviar representante. O Ministério Público, através da procuradora de justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente, Ana Marchesan, esteve presente e garantiu estar acompanhando tudo de perto. Agora, a procuradora informa que a atuação está focada no diálogo e em sugestões de alternativas, mas avalia a possibilidade de ingressar com ações contra administrações públicas em caso de demora na solução.
Entre promessas e cobranças, saí do debate com a sensação de que há um longo caminho a ser percorrido. Prefeituras, governo estadual e governo federal precisam agir de forma mais concreta e ágil. Os voluntários estão exaustos. E os cães e gatos também, acorrentados em baias, no único modo possível, enquanto esperam por um novo lar.