Em muitos casos, o nome já indica a nossa idade. Os Leandros, por exemplo, normalmente estão na faixa dos 30 aos 50 anos. O censo de 2010 do IBGE confirma que a maioria dos meus homônimos nasceu nas décadas de 1970 e 1990. Os nomes da moda mudam de uma geração para outra.
Os dez nomes mais registrados no Estado em 2023 foram Miguel, Helena, Arthur, Cecília, Alice, Theo, Bernardo, Heitor, Aurora e Gael. A Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Rio Grande do Sul (Arpen/RS) divulga o ranking todos os anos.
A escolha do nome dos filhos é sempre um momento especial. As inspirações são variadas. Mães já recorreram mais aos livros de nomes, ainda publicados. Em outros tempos, famílias mantinham a tradição de homenagear avós, tios e padrinhos. O patriarca da família Staudt, que chegou ao Brasil em 1829, era Nicolau, nome repetido por gerações na minha árvore genealógica.
Localizei curiosa lista de nomes e seus significados no Almanak Encyclopedico Sul-Rio-Grandense, edição de 1897. Leandro, de origem grega, significa "o homem calmo". A listagem apresenta os nomes comuns no final do século 19. Na época, uma menina poderia ser chamada Honorina (do latim, a que recebe honras) e um menino, Ladislau (do eslavo, poder glorioso).
Muitos nomes da lista são incomuns ou inexistentes entre as crianças hoje, como Arcádio, Arsênio, Barnabé, Calixto, Crescência, Desidério, Euphemia, Felícia, Frutuoso, Genoveva, Gastão, Gertrudes, Hermenegilda, Hilário, Hypólito, Honorato, Iphigênia, Jacinto, Jerônimo, Leocádia, Leonidas, Leopoldo, Modesto, Perpétua, Philomena, Plácido, Prudente, Quintino, Simão, Silvério, Tibúrcio, Urbano, Venâncio, Virgílio, Wenceslau e Zeferino.
A publicação também tem nomes que continuam comuns, como Bruno, Gabriel, Helena, João, Lucas, Maria, Felipe, Pedro e Miguel.
Muitos nomes considerados ultrapassados voltam em novas gerações. Quem sabe a lista inspire futuros pais e mães.