O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, reafirmou à coluna que os militares estão comprometidos com a Constituição, após o anúncio de saída dos comandantes das três Forças Armadas. Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Moretti Bermudez (Aeronáutica) entregaram os cargos em reunião com o novo ministro da Defesa, em Brasília, nesta terça-feira (30).
A informação sobre a saída dos comandantes foi confirmada pelo Ministério da Defesa em nota divulgada na manhã de hoje.
Para Mourão, o risco de ruptura democrática não existe.
— Não há risco. O Exército sempre se pautará pelos critérios da lealdade, legalidade e estabilidade — afirmou.
O cenário de possível ruptura começou a ser preocupação nos bastidores depois que o ministro da Defesa, ao se despedir do cargo, se manifestou oficialmente dizendo que trabalhara para manter as as Forças Armadas como "instituições de "Estado", dando a entender que havia um movimento na direção oposta.
A interpretação preocupou personagens quem acompanham o cenário político, porque o presidente poderia tentar forçar estruturas militares para que se manifestassem politicamente, a favor de seu governo.
Um dos personagens que atuava na defesa das instituições — sem permitir tal influência do presidente — era o general Edson Pujol, visto como a voz que não aceitava que o Exército fosse instrumento subordinado a posições políticas de qualquer que fosse o governante. Assim como Azevedo e Silva, Pujol se manteve intransigente neste aspecto desde o início da carreira militar, nas palavras de um interlocutor.