O novo decreto publicado pelo governo do Estado, que traz regras mais flexíveis para setores específicos e retoma a cogestão na pandemia, aponta na direção do diálogo junto a prefeitos, empresários e a sociedade gaúcha. Ainda que possa parecer estranho que protocolos tenham sido abrandados, é o compartilhamento de responsabilidades que marca a decisão do Piratini. Na prática, depois de duas semanas de suspensão da cogestão, o governador Eduardo Leite volta a apostar num alinhamento de ações para permitir que cada prefeito possa agir conforme as especificidades da sua região.
A coluna conversou com Leite a respeito das novas regras, publicadas na madrugada desta terça-feira (15). Atendendo às expectativas para as vendas do Natal e também para a chegada do verão, os horários de funcionamento do comércio de rua, dos bares e dos restaurantes foram ampliados, e a proibição do público nas faixas de areia das praias foi flexibilizada.
O movimento foi bem recebido pelos empresários e representantes de associações, já que o fim de ano, com a chegada do Natal, é considerado um momento crucial para vendas. Além disso, com a ampliação do horário, a ideia é também evitar que muitas pessoas ocupem o espaço ao mesmo tempo — na mesma linha do que adotou a Justiça Eleitoral ampliando o horário de votação.
Para o governador, as demandas de setores e gestores municipais são absolutamente legítimas e, neste sentido, foram ouvidas. Ele ressalta o fato de o Estado ter "cumprido com a sua responsabilidade", através do monitoramento de dados, e de um sistema que estabelece protocolos que podem ajudar a reduzir o contágio entre os gaúchos.
— Em uma federação, temos um sistema complexo de governança politica e, em respeito às especificidades de cada município, buscamos alinhar nossas ações com a suspensão da cogestão nos últimos 15 dias - o que foi acatado pelos municípios e serviu para tornar mais claro para a população o momento critico que estamos vivendo. Diante da interferência em determinados setores e da legítima demanda apresentada pela população através dos seus representantes (especialmente os deputados), ao encerrar o período de 15 dias, a cogestão foi retomada para que cada município (em sintonia com suas associações regionais) discipline as restrições de acordo com a sua realidade — explicou Leite à coluna.