À frente da secretaria-executiva do Ministério da Saúde, o gaúcho João Gabbardo dos Reis tem uma missão importante: coordenar as demais sub-áreas da pasta no sentido de organizar as medidas tomadas pelo governo federal para combater o avanço do coronavírus no país. O cargo é o segundo na hierarquia do ministério, uma espécie de "vice-ministro". Na prática, cabe a ele reunir os dados apurados pelas demais secretarias (Vigilância em Saúde, Assistência) que estão sob o guarda-chuva da pasta e verificar se a condução está de acordo com a política de enfrentamento à doença.
Nesta quinta-feira, enquanto o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, se reunia com autoridades do Estado de São Paulo (inclusive o governador João Dória), coube a Gabbardo comunicar os números de casos suspeitos no país. A entrevista coletiva se estendeu por duas horas, tamanho o interesse sobre o tema. No Rio Grande do Sul, são 21 casos suspeitos de coronavírus e 129 em todo o Brasil. À coluna, Gabbardo projeta que as suspeitas podem se aproximar de 300 nesta sexta-feira.
Até o momento, um caso de coronavírus foi confirmado em São Paulo.
Neste sábado, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, estará em Porto Alegre para conversar com a direção do Hospital de Clínicas, na Capital. A pasta estuda antecipar recursos para a instituição a fim de garantir que uma nova ala possa ser inaugurada exclusivamente para tratar pacientes que venham a ter o coronavírus no Estado, em especial na Região Metropolitana. O espaço já estava em construção e pode ter a sua inauguração antecipada por conta da necessidade de qualificar o atendimento gerado a partir do surto da doença.
Este, aliás, será o desafio das autoridades em uma segunda etapa. A primeira, em andamento, prevê o sistema de identificação de casos da doença e monitoramento junto aos Estados. A segunda será dedicada a tratar doentes e garantir que a rede de atenção à saúde — incluindo postos, hospitais e UPAs — possa assegurar atendimento adequado à população.